segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Duas décadas


Hoje acordei me sentindo um pouco mais cansada, mas também um pouco mais experiente. Acordei com vontade de sair na rua e dizer para o tempo que ele tem corrido depressa demais, que ele tem feito os dias voarem. Acordei com uma enorme vontade de alguém me tomar no colo e dizer que estou protegida, que me entende, e que cuida de mim. Hoje acordei querendo fazer tantas coisas diferentes, queria crescer, mas crescer de verdade. Sabe, ter que acordar todos os dias no mesmo horário, pagar contas no final do mês, poder ir onde bem entender, não quer dizer que você cresceu, porque a anos isso vem acontecendo e eu ainda me sinto uma menininha, um pouco desajeitada para tantas coisas. Me sinto as vezes com vontade de sair correndo, fazer manha, gritar. Mas eu paro, penso, e vejo que isso não condiz com a minha idade.
Duas décadas se passaram e junto delas tantas coisas, tantas histórias. Eu poderia escrever um livro com as minhas aventuras. Penso que já vivi tanto quanto uma pessoa de cinqüenta anos, e aprendi menos do que uma de dez. É difícil aprender, é difícil crescer, eu pelo menos acho. É difícil você ter que aprender a lidar sozinha com seus problemas, e saber que nem sempre vai ter alguém ali do seu lado para reparar suas trapalhadas. É difícil você saber que o tempo vem passando e atropelando muitas vezes tudo aquilo que você sonhou, talvez por falta de tempo, falta de atitudes, coragem, ou simplesmente porque o tempo passou e se encarregou de levar com ele.
Quando eu tinha aproximadamente uns dez anos, e as pessoas me falavam que tinham vinte, eu pensava que tudo era mais fácil pra elas, bobagem. Poderá eu ter novamente meus dez anos e viver intensamente cada minuto sentada no chão da minha sala, brincando horas e horas com as minhas bonecas. Poderá eu acordar todas as manhãs e ver televisão horas e horas gargalhando no sofá com os desenhos animados, pelo simples fato de não ter mais o que fazer. Poderá eu cair, machucar os joelhos e correr para os braços dos meus pais, e sentir a dor passar só por estar ali perto deles, e por ouvir aquele famoso ‘’quando casar sara’’.
O tempo está passando, e com ele tantas coisas mais. Já não posso mais fazer coisas que gostaria de ter feito, já não posso mais acordar no meio da noite e correr para a o quarto dos meus pais pra acabar com o medo e dormir tranquilamente, e sabe por quê? Porque estou crescendo e talvez esse seja o problema. Crescer dói, exige esforços, exige acima de tudo coragem. Ainda me sinto uma menina envergonhada, que precisa de mais tempo para crescer, que precisa viver mais para crescer. Olha senhor tempo, você poderia ir mais devagar? Quero crescer no meu tempo, e infelizmente o meu tempo tem sido diferente daquele que insiste em me atropelar!

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Ao que se refere a mim


Sou a pessoa mais impaciente que conheço, não consigo ficar esperando nada, absolutamente nada. Tenho manias detestáveis, como por exemplo, ficar estralando os dedos, mordendo os lábios, balançando as pernas. Não me importo com que os outros pensem ou falem a meu respeito, acho que cada um tem o direito de pensar o que quiser, afinal somos todos livres pra isso, e a minha meta jamais foi agradar a todos. Não suporto que pronunciem meu nome de forma errada. Sou sinceramente o que podem chamar de ‘’singular’’. E sabe, eu sinceramente gosto disso. Não busco perfeição, isso esta completamente longe dos meus objetivos. Busco o que julgo certo e bom pra mim, e isso já é o bastante. Nunca lembro dos filmes que assisto, tenho péssima memória pra tal feito, mas jamais esqueço dos fatos que de alguma forma me fizeram feliz. Sou tímida dependendo da situação, sou extrovertida dependendo dela também. Acho que já fui mais eclética, hoje em dia sou muito mais seletiva quanto a tudo, pessoas, coisas, gostos, músicas. Acho que isso me fez um bem enorme, ao contrário do que muitos pensam, ser seletiva não é ser esnobe, e isso sim é algo que me faz ter orgulho da Anetais que existe hoje. Não suporto também, arrogância, autoritarismo, acho tudo isso tão idiota, quanto as pessoas que possuem essas características. Sou a pessoa mais sensível que conheço. Muitas vezes gostaria de ser mais ‘’durona’’, mas isso não combina comigo (eu acho).Pessoas me cativam com facilidade, assim como me fazer ter ‘’desprezo’’ com ainda mais facilidade. Pessoas são estranhas, e por isso eu não busco entender as quais, acho tudo muito complexo, prefiro nem me aprofundar nas minhas dúvidas quanto a elas, isso me apavora um pouco. Não existe nada no mundo, que me traga mais felicidade do que um sorriso. Não existe gesto que me chame mais atenção. Dizem que os meus olhos brilham com facilidade, que o meu sorriso e modo de falar são ‘’diferentes’’. Eu gosto do diferente, o normal não atrai, não chama atenção. Gosto mesmo de ser diferente, gosto mesmo de não ser comparada com ninguém, ser eu mesma já é o suficiente pra mim.

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Ouço, leio e sinto


E cada palavra dita ou escrita tem seu valor. Para muitos pode passar despercebido, mas não para mim. Leio e releio, escuto e analiso. Tudo tem um sentido, tudo tem um motivo. Ninguém escreve seu nome ao lado de outro por passa tempo, ou por não ter o que escrever. Você já escreveu seu nome ao lado do de alguém? Você o amava? Tenho certeza que sim. Você já gritou, ou sussurrou eu te amo para alguém? Tenho certeza que sim. Ao ir deitar em sua cama, rolou de um lado para o outro, pensou, pensou, mas não conseguia dormir, e impulsivamente pegou o celular, vasculhou a agenda, e mesmo com tantos contatos parecia existir apenas um? Você liga e diz que não consegue dormir, que precisava ouvir sua voz, e ao desligar dorme como se nada tivesse a atrapalhado até então, é como se a voz de quem se ama fosse um sonífero, um calmante imediato. Você já gargalhou sozinha ao receber um simples torpedo dizendo eu te amo, ou eu sinto sua falta? Isso fez seu dia mais feliz? Sim, eu acredito que sim. Palavras, letras, vozes, tons, músicas. Sim músicas, você já se deparou ouvindo uma música, e um filme passando por sua cabeça? Já parou pra pensar que aquela música faz exatamente todo sentido com o que você senti e pensa? Sim eu sei que sim. Músicas são palavras soltas por ai, que procurar ser trilhas sonoras para amores, para vidas, para pessoas. São palavras que podem ser usadas para dizer eu te amo, ou dizer não posso mais estar ao seu lado. Você já usou um trecho de uma música para terminar uma carta, ou para simplesmente explicar seus sentimentos? Sim, eu acredito que sim. Percebo e guardo todas as palavras, todas as vozes. Guardo dentro de minha memória tudo o que um dia tenha inspirado felicidade. Guardo todas as cartas, todos os bilhetes, que me fazem por um momento viajar, voltar ao tempo em uma fração de segundos. Guardo em mim todas as palavras do mundo, todas aquelas que se referem ao amor. Escute, o amor pode falar. Ouça, ele é uma música. Leia, ele é uma palavra.

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