Às vezes caminhar sem olhar para trás machuca, às vezes é difícil, às vezes parece não termos forças, nem para dar um passo que seja. Deixamos sonhos, deixamos amores, deixamos dores, deixamos palavras, às vezes deixamos uma vida toda, às vezes dói, às vezes nem sentimos, ou sentimos tanto que preferimos nem lembrar.
Todos os dias pessoas entram e saem das nossas vidas, algumas passam despercebidas, outras nos fazem perceber de mais, tanto que quando precisam nos deixar, ou ao contrário, é como se um pedaço de nós fosse com elas. Eu me pergunto às vezes, ou melhor, quase todos os dias, porque amor, carinho, afeição, são sentimentos que me compõem tanto, é uma pergunta sem nenhuma resposta, às vezes eu imploro pra ser diferente, muitas vezes eu gostaria de ser um pouco mais dura, não com as pessoas, mas comigo mesma, com meus próprios sentimentos, na verdade eu acho que ainda não aprendi a lidar com eles, e talvez seja esse o problema, lidar com os meus próprios sentimentos.
Existe uma enorme, gigantesca, diferença entre as pessoas, e eu acho que essa vai ser sempre a minha maior dúvida, como compreende-las, como conseguir pelo menos entender um pouco que seja. As pessoas mudam tanto, as pessoas se tornam o que jamais esperávamos, às vezes mudam pra melhor, às vezes pra pior, às vezes nunca mudam. Pode parecer egoísmo, mas eu gostaria apenas, de manter perto aqueles que amo, não machuca-los, não afasta-los, poder estender a mão sempre que achar conveniente, mas isso não é fácil, somos humanos, erramos, tropeçamos, e muitas vezes ferimos aqueles que nos cercam. Ferimos com palavras, com gestos, com atitudes, e ai volta a velha história da compreensão, essa palavra me assombra, porque se a minha maior dificuldade é entender a mim mesma, o meu eu, como posso compreender os outros? Como posso fazer pra que isso não seja tão maçante, tão árduo? A resposta dessa pergunta eu tenho, não sei.
Caminhar sem olhar pra trás, apenas caminhar, levando comigo aquilo que mais zelo, aquilo que mais estimo, e pode parecer besteira nos dias de hoje, pode parecer pra muitos tolice, mas não me importo, não os compreendo mesmo. Quero levar comigo o que mais me machuca, o que mais me deixa com dúvidas, o que mais me preocupa, sim eu quero caminhar de mãos dadas com o amor, mesmo que pra isso, eu não entenda mais nada, nem a mim mesma, abro mão das certezas, mas caminho com ele, ao menos sei que dele não posso duvidar, ele existe, não muda, é o mesmo amor que a mil anos existia, e ainda existe, esta aqui, bem a minha volta, e haja o que houver, mesmo que o talvez me ponha dúvidas, não eu não vou deixa-lo.
segunda-feira, 2 de agosto de 2010
Às vezes
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