quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Seguir em frente

- Posso ficar aqui mais alguns minutos? Perguntou ela.
- Eu só preciso segurar sua mão pra conseguir dormir em paz!
Ele não queria ficar ao seu lado, não podia segurar suas mãos, e então ela foi, sem olhar pra trás, sem ao menos tentar novamente. No fundo ela sabia que nunca mais estaria ao seu lado, e mesmo que estivesse nunca seria da mesma forma.
Naquela noite então, ela foi até seu quarto, deitou sobre sua cama e logo vieram as perguntas, acompanhadas com fortes dores no peito, não eram dores normais, eram dores das quais ninguém consegue aliviar tomando remédios, era uma dor maior. Ela podia sentir sua pele transpirando, ela sentia cada poro de seu corpo, não estava tudo bem e ela tinha certeza que continuaria não estando por longos e longos dias.
Na manhã seguinte ela acordou, e suplicou pra que tudo fosse um sonho, infelizmente não era. Era tão real quanto a noite passada, ela ainda podia sentir seu cheiro, ela ainda podia fechar os olhos e ouvir sua voz, mas isso tudo vinha acompanhado da verdade mais bruta, que tudo isso não poderá mais passar de lembranças, pois já não estavam mais lado a lado.
Os dias se arrastavam,e a cada manhã que nascia ela implorava pra que tudo fosse um sonho.Não era mais a mesma coisa acordar todos os dias e ir a escola, faltava algo, falta uma proteção ao seu lado, faltava algo entre seus dedos, entre seus braços, faltava alguém ao seu lado.
Ela se perguntava a todo momento, como alguém pode estar tão perto e ao mesmo tempo tão longe? Como é possível não saber resolver as coisas como elas deveriam ser resolvidas. No fundo ela sabia o que deveria estar fazendo, mas seu coração amolecido não a deixava, não deixava que ela tomasse atitudes que poderiam resolver, ou ao menos aliviar a situação.
O que mais poderia ser feito? Como ela poderia acordar todos os dias carregando uma dor como aquela? Sinceramente ela precisava ser forte, acredito que ela tenha sido, muito mais do que poderia. Talvez essa força viesse de suas lembranças, ou melhor de suas esperanças, essa força que nem ela mesma sabia que possuía, era o que a alimentava dia após dia, semana após semana, mês após mês, ano após ano.
Acordar todos os dias carregando essas lembranças e sentimentos nunca foi sua vontade, preferia acordar todos os dias ouvindo que tinha alguém zelando por seu sono, pensando nela enquanto repousava, mas as coisas tomam rumos totalmente contrário as nossas vontade as vezes, e o que temos que fazer é seguir, mesmo que seguir, signifique, não poder voltar, não poder viver nada do que já vivemos um dia.
Seguir em frente, palavra tão complicada, quanto acordar todos os dias querendo que tudo não passe de um sonho, e que suas mãos voltem a se entrelaçar as minhas.

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